A Energia Orgônica de Wilhelm Reich à Luz da Teoria Atômica

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Roberto Pin Filho

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Nota: Roberto Pin Filho é responsável pelo desenvolvimento de um estetoscópio eletrônico que nos permite escutar a peristalse do paciente durante a aplicação da massagem biodinâmica.

 

Introdução
Na física atômica, todos os fenômenos usados para explicar a eletricidade dita estática, proveniente do atrito e da indução, foram revistos, ou melhor elucidados. Esse estudo recebeu o nome de eletrostática, onde o comportamento de cargas elétricas passaram a ser entendidos como fenômenos de prótons e elétrons que tinham comportamentos diferentes, dependendo do estado da matéria, se sólida, liquida, gasosa ou plasmática e também variando a temperatura.
Se Reich admite que o estudo de cargas elétricas na realidade é o estudo do orgonio, então podemos tentar entender o orgonio sob a ótica da teoria atômica, e é isso que tento trazer nesta monografia.

Podemos fazer algumas observações:
1- Que a energia elétrica é sentida como estranha ao corpo
2- Que toda a energia elétrica que se origine de uma ddp constante é sentida como estranha ao corpo.
3- Que mesmo a energia eletrostática quando acumulada acima de uma quantidade, também é sentida como estranha ao corpo quando descarrega para a terra.
4- Que essa energia se acumula no corpo através principalmente da respiração e dos alimentos, e quando passa de uma certa quantidade pode ser sentida como desconfortável ao corpo, gerando tensão muscular.
5- Que essa energia pode se acumular na superfície da pele, que quanto mais seca, mais energia pode acumular
6- Que essa energia quando se acumula no corpo de uma pessoa saudável é sentida como excitação e prazer, e numa pessoa não saudável pode causar mal-estar e pensamentos persecutórios, ativar núcleos psicóticos.
7- Que essa energia apresentaria quando em carga, duas polaridades, sendo que na ionterapia cargas elétricas negativas, conhecidas comoíons negativos fariam bem à saúde e trariam sensação prazerosa, e cargas elétricas positivas, conhecidas como íons positivos trariam malefícios à saúde e uma sensação de desconforto e mal estar.
8- Que essa energia se encontraria principalmente no ar que respiramos, por isso a importância da qualidade do ar para a saúde.

Fundamentação Teórica
Reich abordou que a energia orgônica se encontra concentrada em lugares altos, tais como montanhas, orlas marítimas, cachoeiras, etc. Na teoria atômica existem mais elétrons livres no alto de montanhas, orlas marítimas e em cachoeiras e assim vamos assimilando coincidências ao fazer esse pareamento entre orgonio e a teoria atômica.
Afirmava a existência de um OR (orgonio bom) e de um DOR (orgonio mortal) que o DOR nos daria a sensação de opressão, ranço, peso, já o OR traria sensações de frescor, leveza, e frio.
Segundo a teoria dos íons podemos constatar, que quando fica muito tempo sem chover e com sol, sentimos o ar mais pesado, opressivo, rançoso, e depois que chove sentimos o ar mais leve, mais frescor e nos sentimos mais energizados, isso acontece devido ao ar depois da chuva apresentar muitos íons negativos, onde antes de chover haviam muitos íons positivos
Em observações e experimentos feitos por eletro físicos, descobriu-se que existem regiões na natureza onde ocorre um acumulo de íons negativos, e que essas regiões seriam as montanhas, a orla marítima, cachoeira, campo, e que esse aumento de íons negativos (excesso de elétrons livres) fazia bem para humanos, animais e plantas dando uma sensação de frescor e bem estar. (Locais esses, iguais aos locais onde se encontrariam maior quantidade de orgonio).
Em ambientes mais poluídos ou em alguns tipos de ventos era gerado acumulo de íons positivos, ou seja, certa escassez de elétrons nas moléculas do ar, e esse ambiente causava mal estar nas pessoas, dor de cabeça, sensação de opressão, ranço e mal estar, peso. Por exemplo: podemos imaginar quando fica muito tempo sem chover que o ar vai ficando pesado e rançoso, e depois da chuva temos a sensação de frescor no ar ao respirarmos
Podemos concluir que tanto a ideia de um OR quanto a de um DOR de Reich tem similaridade com os íons positivos e negativos.
Farei pequenos recortes comparativos, baseados no texto Pulsação Orgonótica, pág. 14:
“A identidade funcional entre vida e não vida consiste no fato de que só uma energia governa seus dois domínios. A matéria viva é diferente por funcionar de acordo com os quatro tempos: tensão, carga, descarga, relaxamento, e estes quatro tempos não existem na natureza não viva”
Na natureza não viva a energia funciona no princípio de carga e descarga. Podemos comparar que se tudo tem carga elétrica, incluindo o ar, tudo está imerso nesse mar de ar, e todos os corpos sofrem sua influência, que no corpo (matéria viva) obedece a formula de quatro tempos proposta por Reich e na matéria não viva obedece- vamos dizer assim – “a formula de dois tempos carga e descarga”, pois um metal quando eletrizado não sofre tensão mecânica nem relaxamento mas se carrega e depois descarrega, quando isolado da terra.
“Excitação orgonótica em isolantes – pontos questionáveis no conceito de eletricidade estática.”
Reich falou do conceito de dois fluídos elétricos separados, a eletricidade positiva e negativa. Fez uma alusão às primeiras ideias de eletricidade vítrea e resinosa, fato este que Benjamin Franklin rejeitaria mais tarde, propondo que não existiam dois tipos de energia, uma vítrea e outra resinosa e sim uma energia só, que ora está em excesso, ora está em falta nos corpos, e isso determinaria sua polaridade naquele momento (como a ideia de um CHI que hora é yin, ora é yang)
Reich cita na pag.28:
“Um bastão de borracha, quando esfregado apresenta uma energia que realmente tem o efeito eletroscópico oposto ao da energia de um bastão de vidro”
Ou seja, na teoria eletrostática, o bastão de borracha seria equivalente à eletricidade resinosa e o bastão de vidro à eletricidade vítrea. Se deflete a folha de um eletroscópio com um bastão de borracha esfregado, um segundo bastão de borracha aumentaria a deflexão, enquanto um bastão de vidro esfregado diminuiria. Isso confirma o conceito de dois fluidos elétricos separados.
Podemos dizer que essa explicação de Reich está parcialmente correta, pois sabemos hoje que essa explicação só é válida se, tanto a borracha quanto o vidro forem atritados com o mesmo material, ou seja, (usando a série tribo elétrica) ao atritarmos, lã no bastão de borracha, a lã cede elétrons para o bastão e ele adquire carga elétrica negativa.
Portanto, ao esfregarmos a mesma lã no bastão de vidro, quem cede elétrons é o vidro e portanto fica com carga elétrica positiva. Porém se atritarmos o vidro com couro, o mesmo vidro que atritado com lã cede elétrons ficando positivo, quando atritado com couro ficará negativo, assim como a borracha quando atritada com lã fica negativa, e se atritada com isopor fica positiva. Ou seja a ideia de dois fluídos elétricos distintos já ficou para trás.
Na pag.50, Reich defende a ideia que ao esfregarmos em nosso cabelo um bastão de borracha e encostarmos esse bastão num eletroscópio graduado, podemos carrega-lo com aproximadamente 1.000 volts. Porém ao tocar com o dedo um eletroscópio carregado com carga equivalente a 500v, o mesmo se descarrega completamente.
Reich propõe que o corpo tem mais carga que o eletroscópio, sendo assim esse deveria ceder carga para o eletroscópio, assim como o mais quente cede para o mais frio. Postula então que em relação a energia orgone, o corpo com menor potencial (carga) cede carga para o de maior potencial.
Porém Reich não fez uso do conceito dos tipos de eletrização por atrito, contato e indução, e pareceu não levar em consideração que, quando tocamos um corpo carregado com o dedo – se estivermos com os pés no chão – e se esse corpo estiver carregado com excesso de elétrons, esse excesso irá para a terra até atingir seu equilíbrio, e se esse corpo estiver carregado com falta de elétron (portanto mais positivo) a terra vai fornecer os elétrons faltantes para o seu equilíbrio.
Assim como na pag.49 Reich falou sobre o para raio e escreveu:
“Você já se atentou para o fato de que uma mesma teoria assume que uma ponta libera eletricidade mais facilmente e ao mesmo tempo que uma ponta absorve eletricidade mais facilmente? É concebível que um mesmo instrumento deva preencher a estas duas funções antagônicas com a mesma energia?”
Se pegarmos um corpo carregado, por exemplo uma esfera de metal com carga elétrica negativa (excesso de elétrons), e colocamos uma ponta metálica aterrada perto dessa esfera, a ponta vai atrair os elétrons em excesso na esfera para a terra; mas se a esfera estiver carregada com carga elétrica positiva (falta de elétrons) e colocarmos uma ponta metálica aterrada perto dessa esfera a ponta vai ceder elétrons para a esfera, vindos estes da terra, pois nesse caso, a terra cede elétrons.
Então será que o corpo que tem maior carga sempre puxa carga do corpo com menor carga? Ou ele sempre equaliza as cargas de corpos com menor carga (vale dizer que equalizar é deixar o número de cargas positivas do próton igual ao número de cargas negativas do elétron, isto é deixar o corpo menor neutro?).
Na página 52 Reich escreveu sobre indução eletrostática, e observou que ao se eletrizar um bastão de borracha negativamente e chegar com o mesmo perto do eletroscópio o mesmo se carrega, ou move as folhas. Propõe a ideia que o bastão de borracha carregado produz um campo elétrico entre o bastão e o eletroscópio.
Prossegue, falando que ao se aproximar a mão perto do eletroscópio carregado também influencia o eletroscópio, mas se no entanto o eletroscópio está descarregado, nada acontece quando chego com a mão próximo à ele, e deduz que se o corpo está envolto por um campo de energia, porque não reage a mão e reage ao bastão de borracha? E escreve depois, “esta contradição nunca foi explicada”.
Se usarmos os conceitos básicos da eletrostática, poderíamos explicar que o corpo não carrega o eletroscópio descarregado porque o corpo é um bom condutor de carga elétrica para a terra, porém o que parece que Reich não viu foi que se eu isolar um corpo e friccionar algum material nele o eletrizando, este mesmo corpo (isolado da terra) vai carregar o eletroscópio igual ao bastão de borracha.
Na página 56 Reich abordou que um músculo contrai somente quando a corrente galvânica é ligada, ou quando ela é desligada, não quando é percorrido por uma corrente contínua, além do mais ele não contrai de acordo com o estimulo elétrico, mas de acordo com sua estrutura bioenergética. Respondendo ao mesmo estímulo, o músculo estriado contrai rapidamente, o músculo liso contrai lentamente e de um modo ondulatório. A contração de um músculo somente é desencadeada pelo “ligar ou desligar” da corrente.
Podemos pensar sobre esse fato importante que quando ligamos, ou desligamos produzimos carga, e quando colocamos corrente contínua não se faz carga.
Mostra também que a musculatura estriada descarrega com excesso de carga de forma diferente da musculatura lisa. A lisa descarrega lentamente e de forma ondulante, e aí podemos fazer uma analogia ao orgasmo e ao peristaltismo, ou seja, respostas ao excesso de cargas através de movimentos lentos e ondulantes.
Reich falou sobre atração e repulsão orgonótica no campo de energia orgone.
Farei um acompanhamento do experimento de atração repulsão da pág. 62 do livro a Biopatia do Câncer, onde Reich deduz que uma única e mesma excitação da esfera de metal tem um efeito antitético, ela atrai e repele o material metálico e atrai o material orgânico. Também abordou que “a energia orgone então é composta não de dois fluídos antitéticos, mas de duas funções antitéticas, atração e repulsão, onde cada uma destas funções tinha uma relação específica com a natureza da substância, e propôs reproduzir essa função básica do orgone de atração e repulsão.
Esse ideia já havia sido desenvolvida por Wilcke, que criou uma tabela conhecida como série triboelétrica onde coloca os materiais que tem mais facilidade em se tornarem positivos de um lado e os que tem mais facilidade de se tornarem negativos do outro lado da tabela, hoje se sabe pela teoria atômica que tem materiais que tem mais facilidade em perder elétrons e outros que te mais facilidade em ganhar elétrons.
O EXPERIMENTO
FOTO-massagem-biodinamica

EF- esfera de ferro                     CEO- campo de energia orgonica
CO- bastão de polietileno           E – Eletroscópio
M- pequena chapa de metal       O- pequena matéria orgânica (cortiça)
CF – cabo de fio metálico
Rep – repulsão Atr – atração       S – faísca que carregaria o eletroscópio

Colocou-se uma esfera de ferro (aço) de (mais ou menos 3cm) de diâmetro sobre uma base isolado da terra.
Dessa esfera de ferro sai um fio isolado da terra que vai se conectar à hoste metálica de um eletroscópio de folha, que fica a mais ou menos 1m de distância da esfera de ferro.
De cada lado da esfera de ferro há uma distância de mais ou menos 2 cm, coloca-se um pendulo de fio isolante que tem 16 cm de comprimento em suas extremidades, de um lado da esfera fica pendurado pelo pendulo, um pedaço pequeno de metal, e do outro lado da esfera fica pendurado por outro pendulo, um pedaço pequeno de cortiça.
Também um bastão de polietileno (tipo de plástico) que é esfregado no cabelo e colocado perto da ponta metálica do eletroscópio.
Essa ponta recebe uma faísca que vem do bastão carregado de orgonio, que já foi retirado do cabelo, no qual carrega o eletroscópio, pois ocorre uma deflexão em suas folhas, e através do fio ligado à haste metálica do eletroscópio carrega a esfera de aço (ferro), que por sua vez cria um campo orgonótico em sua volta.
Esse campo atrai o pedaço de cortiça que fica aderida na esfera de ferro
Este mesmo campo da esfera de metal também atrai a folha pequena de metal, que ao encostar na esfera de ferro é repelida pela mesma.
Se continuamos a esfregar o bastão de polietileno no cabelo e aproximamos de novo da ponta da haste do eletroscópio, a folha pequena de metal se afasta mais um pouco da esfera de metal, e provavelmente a cortiça fica mais atraída pela esfera, pois aumenta a força do campo de atração.
Reich propôs através deste experimento provar que a energia orgônica retirada do cabelo e transportada pelo fio metálico até a esfera de ferro cria um campo orgônico que atrai e mantem o material orgânico colado por um tempo, atraindo o metal e o repelindo em seguida. Por conseguinte deduziu que matéria orgânica atraia a energia orgônica, e o metal a atraia e a repelia em seguida.
À partir dessa dedução ele imagina explicar o funcionamento da caixa orgônica.
Como eu pretendo demonstrar, quando Reich deduz o experimento, ele automaticamente nega a teoria atômica (a eletrostática) como a conhecemos hoje.
Reich (1948) escreveu no livro, A Biopatia do Câncer:

“Estas descobertas são fundamentalmente novas…
Elas tem realmente uma relação com o conceito confuso
De “eletricidade de fricção” e com a teoria igualmente confusa
De eletricidade estática.
Tudo isso foi explicado detalhadamente em outro lugar”

Quando Reich escreve “em outro lugar “se refere a um periódico escrito em 1944 com o título de “pulsação orgonótica” também conhecido como,” conversas com um eletrofísico “
O experimento que descrevi demonstra duas funções básicas da energia orgone: a atração de substancias orgânicas e a atração e repulsão de substâncias metálicas.
Queria comentar desde já que esse relato de Reich na Biopatia do Câncer,supõe uma negação da eletrostática como eletricidade, e da teoria atômica, para explicação do fenômeno, negação da ideia de átomo com próton, nêutron e elétron, Reich faz uso de conceitos anteriores ao modelo atômico proposto por Rutherford e Niel Born e também nega a explicação da física clássica em relação a eletrostática.
Reich mostra que não faz uso da eletrostática igual faz a física clássica, quando escreve o” conceito confuso sobre a eletricidade de fricção e a confusa eletricidade estática”. Troca a ideia de carga elétrica pela ideia de excitação orgônica. Como pretendo demonstrar, o experimento relatado acima pode ser explicado usando o conceito de eletrostática, interessante é que Reich usa, por exemplo, um bastão de polietileno e o esfrega em seu cabelo.
Porém podemos explicar a experiência de outro ponto de vista:
Quando atritamos o bastão de polietileno no cabelo é sabido, segundo a série triboelétrica que o cabelo tem tendência a ceder elétrons, os quais tem carga negativa, assim como o polietileno tem tendência a receber elétrons. Portanto o polietileno ao ser esfregado no cabelo recebe os elétrons do cabelo, se eletrizando e adquirindo carga elétrica negativa.
Ao se chegar perto da ponta do eletroscópio – que passa a ser um faiscador – (princípio do para raios de Faraday: quanto menor a área maior a concentração de cargas) o bastão de polietileno estando eletrizado, gera um campo elétrico à sua volta, pois todo corpo com carga gera um campo elétrico a sua volta, e esse campo ao interagir com a ponta do eletroscópio descarrega através de uma faísca (princípio do raio), carregando o eletroscópio, que através do fio de metal carrega a esfera de aço.
A esfera carregada por ser de metal, também gera um campo uniforme em toda a sua volta. Esse campo elétrico, vamos imaginar que tenha carga elétrica negativa (excesso de elétrons) interage com a cortiça e com a chapinha de metal, ambos pendurados nos dois lados da esfera de metal, em forma de pêndulos.
Como o campo elétrico da esfera de metal está negativo (lembrando que sinais iguais se repelem e sinais diferentes se atraem) por indução vai criar uma polaridade de cargas, tanto na cortiça quanto na folha de metal.
Essa polaridade vai afastar as cargas elétricas negativas, tanto da folha de metal quanto da cortiça, deixando as mesmas com falta de carga negativa nas superfícies mais próximas da esfera de aço. Portanto, as superfícies – tanto da folha de metal quanto da cortiça – que se encontram mais próximas da esfera adquirem carga elétrica positiva e ambas acabam sendo atraídas para a esfera de aço que tem carga negativa.
A cortiça ao tocar na esfera de aço fica grudada nela, pois a cortiça sendo isolante tem dificuldade em ceder elétrons, e por isso mantem a polaridade positiva por algum tempo, aderindo-se à esfera de metal. Já a folha de metal, por ser um bom condutor tem facilidade em ceder ou receber elétrons, e ao encostar na esfera de ferro com carga elétrica negativa, facilita que os elétrons preencham as lacunas de seus prótons, e a partir desse contato ela adquire carga elétrica negativa (por isso depois de encostar na esfera de ferro ela é repelida, pois ficou também com carga elétrica negativa) – a mesma da esfera de ferro- e cargas iguais se repelem.
Essa explicação seria uma outra visão para a explicação de Reich.
Poderíamos propor outro experimento, que ao invés de eletrizarmos uma esfera de metal, com energia orgone eletrizássemos por exemplo uma esfera de cortiça ou uma bexiga e reproduzíssemos o mesmo experimento com a esfera de material orgânico. Provavelmente o campo orgônico criado em volta da esfera de cortiça atrairia os dois corpos, tanto o metálico quanto o de cortiça pendurados no pendulo, e os dois ficariam grudados na esfera. Então o experimento levaria a outra conclusão: energia orgonica num material isolante, atrai tanto o metal quanto a cortiça, e energia orgônica num material condutor atrai a cortiça e atrai e repele o metal.
E se no experimento anterior aterrássemos a esfera de metal, a mesma não criaria campo para atrair a folha de metal e nem a cortiça pendurada no pendulo; poderíamos concluir que a energia orgônica descarrega através do metal para a terra. E que a terra pelo seu volume carrega ou descarrega a energia orgônica buscando um equilíbrio (carga/descarga).

CONCLUSÃO
Não conseguiria dizer se existe ou não a energia orgone, pois seria necessário, creio eu, um conhecimento sobre a física quântica, no qual haveria mais ferramentas para levantar proposições e chegar à conclusões, visto que esta estuda as partículas atômicas e pré atômicas, bem como teorias como a de Bóson de Higgs; enfim, não é este meu objetivo. Meu objetivo seria de demonstrar as similaridades do orgone com a teoria eletrostática e iônica da física, que se não é igual ao orgone proposto por Reich tem muita similaridade com ele, como tento demonstrar na monografia.
Também chamo a atenção, pois em vários experimentos Reich utilizou aparelhos utilizados na medição da energia eletrostática ao longo da história, como o eletroscópio, o qual em certo momento Reich disse que ele deveria se chamar orgonoscópio, pois o que ele mede é o orgonio,
Ou seja, embora ele não use os conceitos da eletrostática, ele iguala o orgonio com a energia estudada pela eletrostática. Muitos procedimentos são os mesmos usados para se medir a eletricidade estática, assim como, o fato de esfregar um bastão de plástico no cabelo para orgonizar o mesmo, e fazer uso do pêndulo; conforme relatei ele chega a algumas conclusões duvidosas quando tenta explicar alguns fatos no texto “conversas com um eletrofÍsico” (pulsação orgonótica).
Tento mostrar através desta monografia a existência de uma energia que atua em tudo, e não tento reduzir o orgonio a uma “simples energia eletrostática “, até porque até hoje ninguém explica o que é essa energia eletrostática. Sabe-se apenas de seus efeitos, portanto essa energia também é um mistério.
Podemos talvez entender mais da teoria Reichiana se fizermos um pareamento da energia orgone com a também desconhecida energia eletrostática, que é desconhecida em sua essência, mas que foram feitos muitos estudos por séculos sobre ela. Acredito que se Reich ao invés de dar o nome de energia orgone, dissesse que era energia eletrostática, talvez não fosse preso e morresse na prisão.
Seria a caixa eletrostática, Cloudbuster eletrostático ou íon positivo buster. Também quem sabe seria um outro tempo, a função eletrostática do orgasmo ou críticas ao preservativo de borracha como um isolante, e por isso impeditivo para a descarga plena de energia eletrostática no orgasmo através do contato direto das mucosas. Alimentos com maior potencial eletrostático, água com maior potencial eletrostático. Quem sabe sessões para depressão com a pessoa com as mãos sobre um gerador de Van de Graaff de 100.000 volts, durante meia hora para equilibrar a pressão interna com a tensão da superfície (e aí entraria o fator tempo comparativamente como a dose de uma medicação), tomar água eletrizada com 10.000 volts, ou ainda descobrir qual a tensão ideal entre o interno e o externo. Pressão interna e tensão de superfície, e tudo isso como um coadjuvante à psicoterapia corporal.
Quem pode saber se Reich mudasse o nome da energia? Talvez tudo fosse diferente, quem sabe não apareça nessa nova geração, um cientista do gabarito e a coragem de Reich.
É sabido que Reich deixou uma caixa orgônica para ser pesquisada por Einstein, e o mesmo confirmou a luminescência dentro da caixa quando ficou uma ou duas horas dentro dela, e também confirmou o aumento de temperatura, porém li no livro nos caminhos de Reich, que um assistente falou que ela esquentava por causa da convecção, quando o ar quente subia; mas Reich fez vários experimentos contestando esta ideia colocando a caixa acima do solo, ligando um ventilador em seu interior, mas a comunicação parece que parou por ai, e Reich não teve mais a resposta de Einstein, que dizia não ter tempo para pesquisar a caixa.
Quando lemos a história e a trajetória de Reich, desde a ideia da função do orgasmo, passando pelos Bions, notamos uma certa descrença, um certo preconceito das pessoas das ciências que poderiam fazer experimentos controlados.
Para fazer esta monografia tive que estudar a história da eletricidade ao longo dos séculos e fui percebendo e observando que todas as grandes ideias da filosofia e da ciência sempre estiveram intermediadas pelo capital, mesmo as boas ideias que melhorariam a vida do homem na Terra ,só aconteciam se dessem lucro para alguns poderosos que detinham o capital, e todos os homens ou ideias que objetivassem um bem comum eram impedidos de prosseguir, por comprometer outros interesses e poderes já estabelecidos. (Será o homem o lobo do homem?)
Essa forma de viver regida pelo capital gera contradições insolúveis como exemplo vou citar algumas: o uso de agrotóxicos na alimentação, a indústria de transgênico (que não se interessa pela saúde mas pelo lucro), o uso cada vez maior de conservantes, umectantes nos alimentos industrializados.
Me lembro de tempos atrás um parlamentar pediu que a Coca Cola revelasse o conteúdo de sua bebida para saber se faz bem ou mal à saúde e a resposta da companhia foi que se fosse pressionada sairia do pais criando milhares de desempregos, onde o parlamentar foi obrigado a voltar atrás.
Me lembro também – se não me engano – em 2016 um químico que trabalhava numa multinacional de medicamentos ao ganhar o prêmio Nobel, fez um discurso crítico dizendo que hoje já seria possível criar medicações que debelassem doenças definitivamente, mas era a política da empresa manter medicamentos que suprimissem o sintoma e não a doença, pois passavam a dar lucro por muito mais tempo (essa é a lógica desse mundo regido pelo capital).
Por isso não creio que Reich e a orgonomia terá uma aceitação fácil, pois seus conceitos batem de frente com o status- quo vigente até hoje. Como exemplo posso citar o FDA americano que proibiu Reich de vender as suas caixas, sob a acusação de charlatanismo.
Também citar no cenário do Brasil atual, a proibição da auto hemoterapia praticada por alguns médicos, especificamente o Dr Luiz Moura que fez vários estudos com a caixa orgônica e a auto hemoterapia, tendo uma campanha desfavorável apoiada pela rede globo de televisão em horário nobre no fantástico domingo (rede globo, braço da indústria e dos interesses de poderosos e de multinacionais) que resultou na proibição de médicos praticarem a mesma; atualmente a fosfoetanolamina – medicamento que tem parecer favorável na cura de alguns tipos de câncer em pacientes terminais – e que também acaba tendo uma restrição por órgãos ligados à indústria por ser de baixo custo.
Enfim, não creio que a orgonomia se fosse levada a público teria melhor destino, e várias outras descobertas que ameaçariam o capital, como a acupuntura que foi encampada pela medicina, e tantas outras ao longo da história, como Nicola Tesla e seu gerador de energia que era transmitida pelo ar, mas que seria mais difícil de receber dinheiro pelo uso, ganhando por isso a transmissão por postes e fios através do capitalista Thomas A. Edison.
A invenção da penicilina na primeira guerra mundial que propiciou a expansão da bioquímica e dos laboratórios, e suas corporações, e relegou ao ostracismo a eletroterapia que era uma pratica usada pelos médicos nos EUA, curando várias doenças
Ou ainda o motor movido à hidrogênio que causaria uma catástrofe aos poderosos do petróleo, Reich, creio eu, foi vítima desse sistema, dessas grandes corporações que parecem que de fato só querem nos governar, e é a quem devemos sempre fazer oposição, pois estão destruindo o planeta e manipulando populações no mundo pelo poder.
Quero ressaltar que Reich tinha uma visão universal do homem na Terra, e por isso ele alçou voos mais altos, sua visão bioenergética da sexualidade foi de encontro aos preconceitos da humanidade e acionou a peste emocional dentro de cada um.
Propôs um mundo de liberdade e igualdade no prazer de viver os afetos e a sexualidade, confrontou interesses de poderosos já estabelecidos na medicina, na ciência, na política, quando falou da energia orgone, do orgone em si, dos aparatos para a ciência, quando denunciou a opressão social, ele tinha que ser calado, pois Reich denunciou a prisão fora e dentro de cada um, e paira até hoje a dúvida sobre sua morte, que foi registrada como ataque cardíaco, mas que não foi dada a permissão para se fazer a autopsia.
Finalizando, pretendi com esta monografia procurar dar embasamento cientifico reconhecido pela física clássica, e portanto, maior credibilidade aos trabalhos com energia usados por muitos psicoterapeutas reichianos, e também terapeutas em geral que trabalham com energia.
Pois como pretendi demonstrar que, independente se é orgonio ou não, existe sim uma energia, cientificamente comprovada, que segundo a física é de natureza elétrica, que tudo permeia na natureza, e está presente no ar que respiramos.
Portanto propõe validar todos os trabalhos com a respiração como promotora de carga elétrica, pois a mesma se acumula até um quantum no organismo, podendo ser descarregada em movimentos expressivos gerais e em movimentos involuntários através do orgasmo como propõe Reich, e através do peristaltismo como propõe Gerda Boyesen.
Essa energia conhecida na física clássica como eletrostática, gera carga nas pessoas e essa carga gera um campo que volteia todas as pessoas, o que valida a troca energética entre os campos. Essas trocas ocorrem no contato, no atrito e na indução, o que também valida a importância do toque, da caricia, do abraço e do beijo, onde além de ter uma conotação afetiva, mutuamente propicia uma troca eletrostática, carregando e descarregando os corpos, lembrando que a carga gera tensão muscular, e a descarga gera relaxamento muscular, também valida a função eletrostática do orgasmo, com sua formula dos quatro tempos
Valida a ideia que, de alguma forma desconhecida, a mente tem o poder de expandir esse campo e através das mãos e dos olhos possa transmitir essa energia para objetos e pessoas como nos passes, com a imposição das mãos, através da função das pontas na física, validando a ideia do passe magnético, do reiki, do jorei, etc. Também podemos supor que, se essa energia pode ser direcionada pela mente, ela também pode ser transformada em onda e transmitida à distância, o que explicaria a telepatia e as curas espirituais à distância (podemos imaginar que existem milhares de conexões eletrostáticas entre os neurônios, e cada conexão cada micro faísca geraria um pulso, e a soma desses pulsos se fossem focados numa mesma ideia gerariam um campo eletromagnético que viaja pelo espaço na velocidade da luz)
Vivemos imersos num mundo de energia eletrostática, ou orgonica como propõe Reich, onde acontece a todo instante milhares de trocas,de carga e descarga, e penso que essa energia pode ser mais estudada, pois a sua livre circulação no organismo como nos propõe a acupuntura, e mesmoReich, vai interferir nos comportamentos humanos, criando padrões de comportamento, ou tipos de caráter.
Vai definir se fazemos a guerra ou vivemos em paz, se adoecemos ou se mantemos a saúde, se enlouquecemos ou mantemos a sanidade, se deprimimos ou ficamos vitalizados, é a responsável pela peste emocional, comportamento tão em moda hoje, onde pessoas são atacadas em sua moral e não por suas ideiase o conservadorismo e autoritarismo florescem.
Independentemente de ser orgonio ou eletrostática, o importante é perceber que existe uma energia e ela demanda maiores estudos de práticas terapêuticas e de invenções voltadas à saúde, como a caixa orgônica e o dorbuster – e embora de teoria diferente da de Reich- a ionterapia (que pode ser usada como coadjuvante da medicina), sem contar a homeopatia, os florais e todas as terapias energéticas.

Bibliografia

LIVROS DE REICH:
Reich, W. A Função do Orgasmo. SP, Brasiliense, 1979.

_________. Análise do Caráter. SP, Martins Fontes, 1995.

_________. O Éter, Deus e o Diabo: a Superposição Cósmica. SP, Martins Fontes, 2003.
_________. A Biopatia do Câncer :SP, Martins Fontes, 2009.

_________ Periódico – Pulsação Orgonótica, diferenciação da energia orgone do eletromagnetismo, apresentado em conversas com um eletrofísico, 1944.

__________ O experimento Bions, traduzido de Eperimenti Bionici, sul origene dela vita.

LIVROS SOBRE REICH
Dadoun, R. Cem Flores para W. Reich. SP, Moraes, 1991.

Boadella, D. Nos Caminhos de Reich. SP, Summus, 1985.

Demeo,J. O Manual do Acumulador de Orgonio. RJ, Imago,1995.
Mann,W Orgônio, Reich e Eros. A Teoria da Energia Vital de Wilhelm Reich. São Paulo, Summus, 1989.
Raknes, O. Reich e a Orgonomia. SP, Summus, 1988.

Matthiesen,Saraquenzer, Organização bibliográfica da obra de Wilhelm Reich, 2007.

CONSULTAS NA INTERNET
– A História da Eletricidade 1/3. (Documentário BBC)
– Artigos sobre a história da eletricidade.
– A Ionterapia.
-A Energia Atômica.

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