A construção do vínculo mãe e bebê através da abordagem da psicologia biodinâmica com a massagem o toque da borboleta

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Introdução

O nascimento de um filho corresponde a uma das etapas mais importantes na vida de da maioria do seres humanos, este evento é um divisor de águas na vida destes pais e familiares, a história deste filho é de muita importância principalmente para o estado emocional gestacional, preparação para o parto e no pós-parto. Se ele foi um filho desejado pelo casal ou se foi desejado por apenas um dos dois, se foi programado ou não, se a mãe engravidou após muitas tentativas ou se ela não teve dificuldades para engravidar, se a mãe já sofreu abortos gestacionais ou não, se o bebê foi gerado em um ato de violência ou em um ato de amor. Se a gestação foi tranqüila ou se sofreu desconfortos físicos e emocionais. Se a vida deste bebê vem para tentar “salvar” a vida de algum irmão através de células tronco ou até mesmo se foi gerado para salvar a relação. Se o parto foi humanizado ou se a mulher foi vítima de violência obstétrica em parto vaginal ou cirurgia cesariana eletiva. Existem inúmeros fatores para fazer com que a chegada de um filho seja um período de stress , isto porque ocorre várias mudanças de papeis sociais, mudanças no estilo de vida, padrões, organizações práticas e novas responsabilidades no dia –a –dia, isto para qualquer pessoa que decidiu ter um filho. Todo este processo envolve exigências físicas e psicoemocionais, que podem levar a pessoa a tornar-se vulnerável e criar descompensações. Fazendo com que os casais sintam – se incompetentes diante do novo papel assumido, por ser um período de varias aquisições de novos comportamentos e atitudes. Diante deste cenário o uso da massagem no bebê pode ser uma rica e importante estratégia de apoio para o casal, principalmente na díade mãe-bebê, potenciando e facilitando a relação entre ambos, através de uma comunicação não verbal, trabalhando o afeto e a intencionalidade da mãe para com seu filho, ao mesmo tempo em que a mãe se empodera de sua capacidade de cuidar ao presenciar os bons momentos de relaxamento e bem estar ao seu filho no final do processo.

“Esta intervenção permite a proximidade entre pais e bebê e a construção de uma relação saudável, equilibrada e de respeito mútuo, levando à criação de laços fortes entre ambos. (Field, 2001a; Figueiredo,2007).”

  Desde muito cedo mãe e bebê vêm programados para se relacionarem e a qualidade desta relação servirá de modelo para as outras que a criança irá desenvolver ao longo do seu desenvolvimento com os outros seres humanos. Por isso é indicado que seja respeitando a ordem natural da forma de nascer, que o parto seja o mais natural possível, sem intervenções médicas, que esta mãe tenha o direito de carregar seu filho assim que ele nasce, poder amamenta – lo e mante – lo junto a sua pele ao menos durante as duas primeiras horas depois do parto, para poder reconhecer e amar seu filho, aproveitando todos os hormônios que compõem o coquetel de amor, produzidos durante o parto. Tudo isso para que a mãe e o bebê tenham um ambiente facilitador para o vínculo. A forma como a mãe reage á maternidade e ao seu filho determinaram sua postura, cuidado, entusiasmo, delicadeza ajudando a construção do vínculo positivo. Já o bebê responderá a geração do vinculo de acordo com sua rede de amparo familiar e social juntamente com sua personalidade. Pensando nesta ligação mãe e bebê, compreendemos que os comportamentos de ambos interferem na construção desta delicada relação. A forma como a mãe personifica seu filho, pode vir a influenciar a relação, se a mãe caracteriza seu filho como mimado, agitado, tranqüilo, nervoso, etc, pode vir a interferir na construção deste vínculo, quanto mais negativas forem estas qualificações, mais difícil ficará a construção de vinculo positivo entre a dupla. Tendo o conhecimento de como são amplas as necessidades da díade mãe e bebê, na construção de vínculo é importante empoderar esta mãe com informações e manejos que facilitem este processo. Ao nascer à criança vem ao mundo com alto potencial de bioenergia pulsante, expressadas como ondas de excitação emanadas pelo corpo do recém nascido qe percorrem o ambiente de parto capaz de fazer outros corpos vibrarem. Por isso quando o bebê é colocado diretamente no colo da mãe assim que nasce eles permanecem nesta ligação energética, necessária para que a dupla se una, vincule, conhecendo os cheiros um do outro, troquem calor corpóreo e emocional. A mãe ao carregar seu bebê ao nascer sente e satisfaz tanto as necessidades de seu filho, como as dela mesma. O que determinara o quanto desta vibração vital serão absorvidas pela mãe e recém nascido é dependente do ambiente em que este nascerá, se for respeitado a necessidade de contato imediatamente após o parto, se a mãe foi respeitada na gestação, trabalho de parto e parto, se o bebê foi ou não submetido a intervenções médicas padronizadas ou emergenciais depois do parto, etc.

“Depois do parto, sob hipótese alguma a mãe deve ser separada do filho, pois ambos estão ligados antes e depois do parto, por uma lei da natureza bioenergética” Eva Reich , Energia vital pela Bioenergética Suave, 1997

Durante e após o parto a mãe vive intensos e ambivalentes sentimentos que nem sempre podem ser explicitados, vividos e digeridos, através do cuidado de uma rede acolhedora esta mulher pode compreende –los diminuindo as chances de sentir- se reprimida, em dupla via fazer a massagem em seu filho recém-nascido ajuda a mãe a aceitar seus sentimentos, aceitar seu filho, podendo superar com maior facilidade os traumas vividos no parto e o medo da maternidade. Isto porque a massagem é uma comunicação não verbal, que permite que a dupla se conheça através do tato, um dos sentidos mais importantes que temos. O contato tátil é fundamental para o desenvolvimento do recém-nascido, para a organização e maturação dos seus sistemas e como forma de comunicação entre pais e bebê (Montagu, 1988).  

“A pele é o mais extenso órgão do sentido do nosso corpo e a estimulação tátil é a mais importante para a nossa sobrevivência. O indivíduo é capaz de sobreviver com deficiência auditiva, de olfato, da visão, mas não sobreviveria com a perda tátil.” Ashley Montagu

O toque e o tocar, integra o bebê, aumentando a percepção corporal, relaxando a musculatura. Favorece o desenvolvimento físico, motor, neurológico, intelectual, combatendo a desnutrição, pois estimula o sistema imunológico e hormonal, diminuindo o stress e o alívio de dores. Quando o bebê é massageado sua agitação interna diminui, pois o toque é um ato íntimo e caloroso quando feito com positivas intencionalidades e afeto o que traz satisfação emocional, além de favorecer a concentração e preservar a sua sobrevivência física e psíquica. O toque entre mãe e bebê é uma prática ancestral países como a Índia e Nigéria, permanecem vividas e naturais, ao contrario de nossa cultura ocidental, onde infelizmente a prática foi diminuindo ao longo dos tempos, entretanto vem ocorrendo principalmente em nosso país, uma revalidação sobre a importância da humanização do parto, cuidados naturais e afetivos com o recém-nascido e ainda que vagarosamente a massagem vem sendo reintroduzida como uma prática fundamentalmente importante no fortalecimento da relação para um positivo vínculo mãe e bebê. Quando a mãe entra em contato com as informações sobre os estudos que vêem sendo realizados provando os numerosos benefícios da massagem para o bebê e seu núcleo familiar, elas se interessam por experenciar tal fenômeno, fornecendo a sua família especialmente ao bebê os benefícios, fisiológicos e psicológicos. O bebê massageado tem maiores chances de realizar a construção de uma relação saudável, ou seja, com equilíbrio e com mútuo respeito, promovendo forte vinculação entre pais e bebês pois o toque fortalece os laços emocionais entre a dupla. No Brasil a utilização da massagem em bebês e em crianças é algo recente quando comparado com outros países, assim como é recente a história da Psicologia Biodinâmica, no mundo e em nosso país. A Psicologia Biodinâmica tem como origem histórica a Noruega, naquela época o nazismo ao toma o poder na Alemanha, em 1933, obrigando muitos psicanalistas a deixarem seu país por possuírem ascendência judaica ou por motivação política, inclusive Wilhelm Reich. W. Reich trabalhou como analista, ensinou um grupo de discípulos que seguiu junto a ele, mesmo após o rompimento dos padrões psicanaliticos, tendo dentro deste grupo Ola Raknes e fez pesquisas, desenvolvendo as bases do que veio a se constituir como psicoterapia corporal, entre os anos 1934 a 1939. Gerda Boyesen, em 1947, era uma dona de casa de 25 anos de idade,que após ler um livro sobre neuroses contendo as idéias de Reich se interessa pelo o tema e decide fazer análise com Ola Raknes e começa estudar Psicologia na Universidade de Oslo. Seu trabalho com Ola Raknes segue até 1951. Para conhecer melhor o corpo humano Gerda Boyesen ingressa na faculdade de fisioterapia, vivenciando bons momentos em contato com Trygve Braatoy e Nic Waal, psicanalistas influenciados por Reich e Fenichel que, embora se mantinham conectados a psicanálise, incorporaram ao em seus trabalhos à importância dos aspectos somáticos no âmbito de um tratamento analítico. Já formada trabalhou no Instituto de Aadel Bülow-Hansen, com quem aprendeu conceitos e técnicas de massagem que a influenciaram profundamente. Gerda se surpreendia ao perceber grandes melhoras nos pacientes que se submetiam a essa “massagem que funcionava como psicanálise”,e foi trabalhando desta forma que ela conseguiu obter grandes resultados pessoais e profissionais. Aos poucos a necessidade de recorrer às bases Freudianas e Reichianas foram necessárias para compreender o que acontecia em sua prática profissional o que foi gerando formulações conectando as propostas de Bülow-Hansen trabalhando o toque e a massagem com o enfoque psicanalítico e a psicoterapia corporal Reichiana. Gerda ainda inclui suas próprias formulações a respeito da importância do sistema nervoso autônomo, a importância de atentar se a hipertonia e hipotonia da musculatura estriada nos processos psíquicos, etc, criando a linha da Psicologia Biodinâmica. A Psicologia Biodinâmica no Brasil, iniciou a primeira turma de um Curso de Formação em Psicologia Biodinâmica na América Latina reconhecido oficialmente por Gerda Boyesen em 1993. Neste período André Samson, que havia realizado a formação completa no Instituto de Gerda em Londres e trabalhado por diversos anos como analista biodinâmico nessa cidade, retornou ao Brasil e juntamente, com Ricardo Rego, desenvolve um curso de Massagem Biodinâmica, levando constituição formal do Instituto Brasileiro de Psicologia Biodinâmica (IBPB) em 1997. Atualmente ramificada pelo território nacional estando presente em Curitiba, Natal, Rio de Janeiro, São Paulo e Taubaté. Minha curiosidade sobre a forma de nascer e os cuidados no pós parto ganharam força ao decorrer dos anos de minha formação em Psicologia Biodinâmica por isto volto minha atenção ao vínculo materno através da psicologia biodinâmica e a massagem o toque da borboleta, criado por Eva Reich, filha de W. Reich, através da bioenergética suave, que em sua teoria e pratica se assemelha à psicologia biodinâmica. A Massagem O Toque de Borboleta é uma técnica psicoterapêutica da Bioenergética Suave, surgiu entre os anos de 1940-1950, nos Estados Unidos da América, onde foi criada pela médica pediatra e psicoterapeuta Eva Reich. Enquanto observava o trabalho realizado por seu pai com bebés e crianças, Eva Reich notou que o toque suave que utilizado no seu trabalho de seu pai trazia como efeito um resultado calmante capaz de expandir a energia dos pacientes. Eva decide trabalhar da mesma forma, trabalhando com bebês prematuros no hospital do Harlem, em Nova Iorque. Eva se impressiona com os resultados pois ela consegue recuperar o fluxo de energia vital salvando os bebês do risco de morte. Para descrever um toque tão delicado e suave que utilizava, Eva apelidou esta massagem de “Toque de Borboleta”. Eva Reich desenvolveu seu trabalho influenciada por seu pai Wilhelm Reich e por Frédérick Leboyer, Frank Lane e Gerda Boyesen. Em 1980, a pedagoga Maria Aparecida Giannotti a introduz no Brasil, divulgando a técnica através de grupos e trabalhos sociais. Minha proposta de trabalho vivencial com a técnica O Toque da Borboleta, é acessar os sentimentos e emoções, que marcaram a história de vida da mulher durante o período gestacional, parto e puerpério trazendo a possibilidade de tornar este período uma experiência prazerosa, recepcionando o bebê e vinculando –se a ele de forma delicada, calorosa e amorosa uma vez que esta técnica propõe a restauração do equilíbrio energético e emocional de bebês, crianças e adultos. Esta massagem foi criada, a fim de aliviar o stress e bloqueios emocionais que iniciaram na gestação, parto e puerpério, ou durante a primeira infância, ocasionada devido algum evento traumático na historia de vida do bebê e/ou família. A importância de realizar a massagem O Toque da Borboleta em adultos auxilia na cura de traumas emocionais, restabelecendo o fluxo de energia vital para o corpo, por isso a importância de realizar esta massagens na gestante e companheiro durante o período gestacional, para que além de se ensinar a técnica eles possam também desfrutar das vantagens desta terapia simples com resultados preciosos para posteriormente incluir o bebê neste ciclo. Inicialmente esta técnica foi desenvolvida para bebês prematuros e recém-nascidos, que sofriam comprometimento físico ou emocional no início da vida. Oferecendo surpreendentes benefícios, para o desenvolvimento e crescimento do bebê em reabilitação. O Toque da Borboleta aplicado em bebês prematuros e crianças pequenas doentes internadas em hospitais e UTIs, pode contribuir para melhora do quadro clínico, melhorando seu desenvolvimento, auxiliando na melhora e na cura, proporcionada pela estimulação tátil e energética. O bebê vivencia a massagem como uma expressão de amor que fica registrada em sua memória emocional fortalecendo uma corrente positiva mesmo em casos onde o inicio da vida tenha sido difícil e doloroso. Despertando neste bebê uma agradável sensação do prazer de estar vivo, suprindo suas carências e necessidades impulsionando a superação de suas dificuldades batalhando por sua vida. A Massagem psicoterapêutica, “O Toque da Borboleta”, tem inúmeros benefícios para o desenvolvimento físico e emocional da criança, bem como, para quem o cuida. Pois a mãe se inunda de prazer e satisfação ao ver e acompanhar o que seu toque é capaz de proporcionar a seu filho. Esta técnica também favorece em trabalhos realizados na clínica com bebês e crianças, pois como esta manobra promove o derretimento dos bloqueios emocionais, favorece ainda e o vínculo entre o bebê e crianças adotados e seus pais, auxilia na cura emocional promovendo uma re-significação sobre a consciência corporal, do toque e afeto para crianças vítimas de maus tratos ou abusos psicológicos e sexuais.   Objetivos Os objetivos deste trabalho são: A) Geral: 1. Vincular mãe e bebê através de um manual técnico da massagem O Toque da Borboleta, integrando a Psicologia Biodinâmica à Bioenergética Suave. 2. Promover consciência corporal e bem estar físico e emocional a gestante e posteriormente ao bebê. 3. Popularizar a técnica de massagem O toque da Borboleta. B) Específico: 1. Oferecer a cada gestante o experimento da massagem O toque da Borboleta no decorrer de sua gestação ou no período do puerpério para que ela possa sentir e usufruir dos benefícios terapêuticos desta técnica e para que intencionalmente ela opte por proporcionar através da massagem afeto tátil à seu filho. 2. Ensinar a técnica da massagem O toque da borboleta, para a gestante ou mãe de bebe recém – nascido habilitando, encorajando e incentivando o uso da massagem em seu filho de forma contínua nos primeiros meses de vida. Hipótese Parto do pressuposto de que se a mulher receber a massagem o Toque da Borboleta no decorrer de sua gestação ou no puerpério e reproduzir a técnica em seu bebê, ambos serão beneficiados pelo estimulo tátil, neurológico, fisiológico e emocional aproximando a dupla e aumentando as possibilidades de vinculação entre mãe e bebê. Hoje as gestantes que procuram o atendimento no pré – natal recebem apenas o “tratamento ambulatorial”, ou seja, é verificada a condição de saúde física da mãe e do bebê, porém a maioria delas não recebe orientações sobre o contato mãe e bebê, a importância do vínculo, comunicação não verbal, crises emocionais comuns para a fase, tal como a dificuldade de vincular –se ao bebê. Por tanto para as mulheres que afloram tais sensações táteis e psico-emocionais, obtém maiores chances de uma vinculação mais rápida e prazerosa com seu filho. Justificativa A necessidade desta pesquisa surgiu a partir do momento em que observei em minha clínica a dificuldade que as mulheres sentem em vincular-se com seu bebê por circunstâncias variáveis. A maior parte da população referenciada neste trabalho desconhece os benefícios da massagem em bebês, tão pouco como um instrumento tão simples pode trazer resultados enriquecedores para a relação materna e filial. Sendo a manobra para bebês mais conhecida a Shantala, este trabalho recebe ainda mais um desafio, popularizar a técnica O Toque da Borboleta, que pode ser realizada desde os primeiros minutos de vida do bebê, inclusive em prematuros, dado ao toque sutil e delicado. Minha proposta é abrir mais um caminho deste vasto percurso, pois não podemos delimitar o quão grandiosos são os benefícios do bebê que recebe esta massagem assim como os reflexos para quem o massageia. Não querendo esgotar o tema, esta pesquisa se propõe a facilitar a construção do vínculo mãe e bebê através da massagem e incitar novas pesquisas que possam ampliar a compreensão desse momento tão particular para a vida desta dupla. Num primeiro momento meu foco foi proporcionar à gestante a vivência de receber esta técnica e saber quais foram as sensações físicas e emocionais surtidas em cada atendimento. Depois ensinei individualmente cada uma a realizar a massagem e incentivei a fazê-las em seus parceiros e familiares para que elas se familiarizassem como o passo a passo até o bebê nascer e depois realizar regularmente no seu filho nos primeiros meses de vida. Para as mulheres no puerpério elas primeiramente receberam a massagem e aprenderam a técnica exercitando em seu próprio filho, com a recomendação de realiza – la regularmente nos primeiros meses de vida. Este estudo demonstra a necessidade de apoio psicoterapêutico desde o período gestacional até o pós parto às mulheres, para tornar a gestação, parto e pós- parto mais tranqüilos, com menos ansiedades e angústias, facilitando a construção natural do vínculo ou estimulando a criação do mesmo, além de oferecer mais informações a comunidade em geral. Ao proporcionarmos uma melhora construção do vinculo mãe e bebê, estaremos melhorando as relações afetivas e sociais desta nova família e sociedade. O modesto intuito no âmbito acadêmico deste trabalho é de chamar a atenção da comunidade acadêmica e psicológica para este tema. Método A. Participantes Os participantes desta pesquisa foram: o Seis mulheres gestantes, com idade entre vinte anos a quarenta e um anos. o Quatro mulheres, com idade entre vinte e oito anos a quarenta anos em período de pós –parto, tendo seus filhos de dez a trinta dias de vida. B. Instrumentos Os instrumentos utilizados nesta pesquisa foram: A técnica de massagem O toque da Borboleta, o qual foi aplicado nas seis mulheres gestantes e para quarto mulheres em período de pós parto. C. Aparatos de Pesquisa Foram utilizados como aparatos de pesquisa: Maca, colchonete, lençóis, mantas, travesseiros, almofadas, bonecas, rádio, computador, vídeos, lenços, manual técnico ilustrado, aula expositiva da técnica e papel e caneta. D. Procedimentos: Foram efetuados os seguintes procedimentos: Inicialmente busquei gestantes que estavam dispostas a receberem cuidados psico-perinatais até o seu puerpério. Em consultas semanais realizei a técnica de massagem O Toque da Borboleta, durante cinqüenta minutos, nas gestantes. Depois que a gestante tinha recebido no mínimo seis vezes a massagem de maneira individual, foram montados duplas ou quartetos de grávidas para que com local e horário marcados, elas recebessem um treinamento que foi especialmente elaborado para ensinar quais são os benefícios desta massagem, quais cuidados tomar na execução da manobra, uma sucinta explicação sobre vínculo mãe e bebê e assim incentivar que a técnica fosse ensinada aos prováveis cuidadores auxiliares do bebê ( pais e avós). Este treinamento teve quatro etapas: 1ª Etapa: Discutir e refletir como elas se sentiram recebendo esta massagem. 2ª Etapa Aula teórica e expositiva. 3ª Etapa: Aula vivencial, para exercitar a técnica aprendida utilizando –se das bonecas para simulação sob orientação. 4ª Etapa: Discutir, refletir e entrevistar sobre os resultados da massagem e sua relação vincular com seu filho. Para as mulheres que já haviam parido, este procedimento se encurtou. Elas receberam semanal e individualmente a massagem O Toque da Borboleta por duas vezes, depois em duplas passaram pelo RESULTADOS A tabela a seguir contém os itens apresentados pelas mulheres entrevistadas, bem como a quantidade de participantes que os mencionaram. A pesquisa foi feita a partir de uma entrevista aberta, livre de perguntas específicas, tendo apenas quatro perguntas disparadoras: 1- Como você se sentiu recebendo a massagem O Toque da Borboleta? 2- Como você se sentiu realizando a manobra de massagem O Toque da Borboleta no seu bebê? 3- Como você acha que seu bebê se sentiu recebendo a massagem O Toque da Borboleta? 4- Você se sente mais vinculada ao teu filho(a) por realizar a massagem O Toque da Borboleta? Dado ao fato deve-se ter em conta que quando uma gestante não menciona um determinado aspecto, isto não significa que ela o negue ou não concorde com o aspecto em questão. Ela apenas não o citou.

TABELA 1: Categorização e Quantidade das Respostas

ITEM

CATEGORIZAÇÃO DA RESPOSTA

Mencionaram
1 Me senti muito bem em receber esta técnica de massagem.

10

100%

2 A massagem me acalmou.

10

100%

3 Senti minha respiração ficar profunda.

10

100%

4 Senti que meu tórax se expandia e era boa esta sensação.

4

40%

5 Na parte da cabeça parecia carinho, me lembrou a infância.

6

60%

6 A massagem me lembrou meus pais cuidando de mim na infância.

8

80%

7 Me senti dentro de um casulo, protegida

50

50%

8 Gostei muito da parte do balanço final.

50

50%

9 Senti meu corpo leve, senti a energia circulando.

7

70%

10 Me senti bem em realizar a massagem no meu filho.

8

80%

11 Meu filho ficou tranqüilo durante e depois da massagem.

8

80%

12 Me senti uma boa mãe em fazer a massagem no meu filho.

7

70%

13 Meu filho ficou me olhando em partes da massagem.

4

40%

14 Meu filho dorme durante a massagem de tão relaxado que ele fica.

5

50%

15 Meu filho ganhou peso depois que comecei a fazer massagem.

2

20%

16 Depois que comecei a fazer a massagem o bebê está mamando melhor.

2

20%

17 Acho que ele sente meu amor por ele na massagem

8

80%

18 Ele gosta que eu cante durante a massagem.

2

20%

19 Ele gosta de receber a massagem antes de dormir a noite.

3

30%

20 Acho que esta massagem me aproximou do meu filho.

8

80%

21 Me sinto muito bem em ver que posso deixar meu filho feliz depois da massagem.

6

60%

22 Acho que vou fazer esta massagem nele por muitos anos.

4

40%

23 Minha família esta mais unida depois que começamos a fazer a massagem uns nos outros.

3

30%

24 Ele gosta de receber a massagem no horário do banho.

1

10%

25 Esta massagem ajudou à me vincular ao meu filho.

8

80%

DISCUSSÃO

Com esta pesquisa podemos observar que todas as mulheres que participaram desta pesquisa responderam positivamente ao recebimento e uso da técnica de massagem O Toque da Borboleta.

As entrevistas ocorreram de maneira tranqüila, as mulheres se mantiveram calmas e concentradas durante todo o tempo, acredito que a intimidade alcançadas durante o recebimento da massagem e na aula teórica, facilitaram e geraram um clima harmonioso no final do trabalho. Foi notado que algumas delas falavam de sua experiência com bastante entusiasmo, outras mantiveram uma postura mais séria.

CONCLUSÕES

Os resultados forneceram informações a respeito sobre a construção do vínculo mãe e bebê através da abordagem da psicologia biodinâmica com a massagem o toque da borboleta. Através da massagem O Toque da Borboleta mães e filhos foram beneficiados de vários estímulos físicos e emocionais que geraram sentimentos positivos, de calma, relaxamento, felicidade entre a díade mãe e bebê. Os dados coletados foram congruentes com nossa hipótese, pois oitenta por cento das entrevistadas mencionaram que a técnica da massagem a ajudou a se vincular ao filho. As gestantes ressaltaram ainda os benefícios sentidos nela própria, em seu filho e na família em geral. Algumas delas mencionaram os benefícios na qualidade da amamentação, sono e peso dos filhos. Assim como o empoderamento de serem mães capazes de expressar o amor ao filho através da massagem, e o desejo de perdurarem com os toques terapêuticos. Sugiro que sejam realizadas mais pesquisas abordando de forma mais especifica os vários aspectos relacionados aos benefícios do uso da massagem O toque da Borboleta através da abordagem Biodinâmica, de forma que seja possível confeccionar e, ou aplicar um programa de preparação psicológica as gestantes, puérperas e bebês.

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